O diálogo (ou batalha) mental mais comum enquanto se está tentando emagrecer é aquele em que a gente fica entre a cruz e a espada: comer ou não comer. A gente pensa: “Eu quero muito comer isso, mas não sei se devo. Mas, eu quero muito mesmo… Eu não deveria, mas gostaria muito. Azar, não me importo, vou comer mesmo assim, só hoje”. Por isso, é preciso aprender a administrar os pensamentos sabotadores e o emagrecimento.
A batalha mental dos pensamentos
Essas situações de argumentação interna geram muita tensão, desconforto, tanto físico quanto emocional. É uma luta! Você se sente atraído pela ideia de que ceder aliviará essa tensão. Uma vez que decidiu comer, a tensão cede imediatamente. Mas, você pode decidir fazer outra coisa para reduzir essas tensões. Da mesma forma que comer pode aliviar a tensão, não comer também pode! Sabia?
Você possui um plano alimentar, seja em uma folha ou em um aplicativo, que serve para ajudá-lo a tomar decisões sobre a sua alimentação, mas não significa que o plano alimentar elimine suas indecisões e desejos. As batalhas de discussão interna (sobre comer ou não comer) serão travadas independentemente do melhor plano alimentar ou da mais poderosa dieta da moda, pois os estímulos para comer são infinitos.
Como administrar os pensamentos sabotadores do emagrecimento
A primeira coisa é tentar entender se quer comer verdadeiramente, ou se é um impulso de comer emocional ou relativo à uma situação. Se for uma vontade verdadeira, você poderia se autorizar a comer, mas com atenção para evitar exageros. Mas, se detectar que é uma fome emocional, a solução é direta, diga para si mesmo: “se para emagrecer preciso ter mais atenção com o que eu como, eu não tenho escolha!”.
Você tem um plano alimentar e está comprometido a segui-lo sem “se”, “e” ou “mas”! Ao dizer firmemente NÃO TENHO ESCOLHA, você minimiza a dificuldade e alivia o desconforto da dúvida, como uma resignação.
Pense em todas as regras com as quais você convive na vida. Você fica em dúvida se deve ou não escovar os dentes? Imagine o aborrecimento que seria ter que esforçar-se todos os dias para cumprir tarefas tão triviais! Porém, você não se aborrece por que já tem uma regra: Tenho que escovar os dentes todos os dias. Você se resignou.
Quando você estabelece a regra do Não Tenho Escolha, você nem chega a pensar muito nela, simplesmente a segue. Não precisa se esforçar, não entra em conflito, não se sente em privação e não acaba comendo alimentos que mais tarde te farão sentir culpa e descontrole.
Outras regras podem ser estabelecidas, como:
- Comer um prato de comida equilibrado no almoço;
- Não comer por fome emocional;
- Comer com atenção;
- Quando comer fora de casa, comer apenas 25% a mais do que, normalmente, come em casa.
Em momentos de dúvida ou medo de falhar
Toda vez que sentir dúvida novamente sobre escolhas fora do seu plano alimentar, pense firmemente: “Não tenho escolha”. Se você tiver o pensamento sabotador “mas eu mereço comer o que eu quiser”, pense de forma adaptativa para si mesmo: “Se eu desejo obter os benefícios de ser magro, não posso ter o comportamento recorrente de comer alimentos fora do que está planejado. Eu mereço ser magro e me sentir bem”.
Outro pensamento sabotador pode incomodar você: “E se eu não conseguir aceitar o fato de não poder comer espontaneamente?”. Pense de forma adaptativa novamente: “Eu tenho me permitido escolher sobre o que, quando e quanto comer durante muito tempo, por isso parece natural e certo comer assim, porém comer assim me fez engordar. No entanto, tenho que encarar o fato de que a alimentação permissiva não está funcionando para mim. Quanto mais eu falar para mim mesmo que Não Tenho Escolha, menos eu terei que me esforçar na hora de tomar as minhas decisões”.
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