A dieta low carb, estilo de dieta que propõe uma redução importante da quantidade de carboidratos ingeridos, tem sido bastante procurada como uma estratégia de emagrecimento. Realmente ela dá um bom resultado, embora ele não seja sustentável a longo prazo. Isso acontece porque é difícil sustentar uma alimentação restrita assim por muito tempo, a não ser que a sua relação com a comida seja extremamente racional, o que não é o caso de 95% das pessoas.
Depois de um tempo em dieta low carb – ou qualquer outra que envolva restrição alimentar severa, é natural chutarmos o balde. Essa atitude nos leva a comer bastante e de forma totalmente descuidada aqueles alimentos que nos foram proibidos. Esse tipo de comportamento pode ser um sinal de que a nossa relação com a comida está sendo negativamente afetada pela prática da dieta.
Em função disso eu não sou a favor de dietas da moda e restrições. Na verdade, sou contra dietas em geral, e a low carb é uma delas. Se você me acompanha nas redes sociais há um tempo e/ou é meu paciente, sabe que defendo acima de tudo o equilíbrio alimentar e a mudança da relação com a comida, do comportamento alimentar. Vou te explicar melhor a minha forma de olhar para esse tipo de abordagem de emagrecimento.
Motivos para não fazer dieta low carb
Simplesmente porque não é algo sustentável ao longo do tempo. Pode até funcionar (aliás, qualquer conduta extrema funciona), mas reflita sobre sua rotina e sobre a sua relação com a comida. Pergunte-se: quantos dias, semanas ou meses você aguentaria ingerindo pouco carboidrato? Quando voltar a comer, de que forma será? Será de forma voraz e transtornada?
Vejo muitas pessoas amedrontadas com a questão do “isso pode, isso não pode”, categorizando os alimentos em “vilões” e “mocinhos”, em “pode” ou “não pode”. Isso só contribui para tornar o comportamento alimentar ainda mais problemático, cheio de culpas e arrependimentos desnecessários.
Precisamos é construir uma nova forma de comer, para perder o medo excessivo da comida. A ingestão de carboidratos, quando feita de forma adequada em termos de escolhas e quantidades na maior parte do tempo, não causa obesidade nem consequências ruins para a saúde. Pelo contrário: carboidratos são importantes no contexto geral! Você sabia, por exemplo, que o carboidrato é a principal fonte de energia para o cérebro? Por isso, é comum vermos pessoas sentindo dores de cabeça, mal estar e dificuldade de concentração quando cortam de maneira radical o carboidrato.
O que funciona de verdade é a mudança de comportamento alimentar com orientação de profissional com experiência em Nutrição Comportamental. Eu entendo que isso pode ser desanimador, afinal, você provavelmente gostaria de emagrecer rápido e fácil, gostaria de acordar magra amanhã. Mas, a vida não é um conto de fadas.
Desconfie de todas as promessas milagrosas, pois elas te farão emagrecer por um curto período de tempo, e não de forma progressiva e definitiva, como deve ser. Na verdade, no fundo você já sabe disso, só precisa aceitar de uma vez por todas! Cuide-se com carinho e valorize acima de tudo sua saúde física e mental. Seu corpo merece atenção especial.
Nutrição comportamental e mudança da relação com a comida: a melhor “dieta” para emagrecer.