Alguma vez você já se perguntou por que algumas pessoas conseguem manter o peso ideal sem aparente esforço, enquanto outras lutam constantemente contra a balança? A resposta pode estar menos nos genes e mais na mentalidade. Pessoas naturalmente magras não possuem apenas metabolismos privilegiados – elas desenvolvem uma relação mais racional com a comida e com os exercícios que se traduz em hábitos sustentáveis ao longo da vida.
Neste artigo, vamos entender os padrões mentais que diferenciam quem mantém o peso saudável sem sofrimento, revelando como essas pessoas pensam sobre alimentação, saciedade, movimento físico e, principalmente, como transformam escolhas saudáveis em ações automáticas, livres da batalha psicológica que muitos enfrentam com dietas e emagrecimento. Compreender essa mentalidade pode ser a chave para uma transformação duradoura na sua própria relação com o corpo e a alimentação.
Diferenças na forma de pensar sobre a comida
Mas, afinal, como uma pessoa magra pensa? Uma grande diferença é que os magros não confundem fome física com o desejo de comer, algo muito comum de as pessoas com excesso de peso confundirem. Elas pensam estar com fome quando não estão, ou não sentem a saciedade após terem comido, mesmo quando já estão com o estômago cheio.
Outra diferença é que o magro não tem tantos desejos de comer, porque normalmente sabe lidar de maneira mais saudável com as emoções consideradas desagradáveis de sentir. Normalmente, o magro também tem um maior repertório de atividades prazeirosas. Por isso, as pessoas magras não gastam tanto tempo pensando em comer ou em comidas.
Para diferenciar fome física e desejo de comer é necessário prestar atenção ao seu próprio corpo e às sensações que sente, tanto após comer quanto quando se está com o estômago vazio. Só assim você aprenderá a identificar os sinais internos do seu corpo.
Saber tolerar o desejo de comer
Outra característica dos magros é a maior tolerância à fome e ao desejo de comer. A pessoa com excesso de peso pode, por exemplo, ter um desejo incontrolável de comer algo e ficar remoendo esta ideia. Ou, então, ficar pensando em quando terá a oportunidade de comer de novo e isso acaba ocupando grande parte do dia dela.
Nestes casos é preciso observar a própria mente para identificar os pensamentos distorcidos e responder a eles de forma adaptativa. A pessoa com excesso de peso pode, em um primeiro momento, pensar que seu desejo de comer é realmente urgente, como “Não sou capaz de suportar esse desejo”.
Mas, se ela pensar racionalmente, pode treinar responder ao pensamento da seguinte forma: “É apenas um desconforto, sou capaz de lidar com isso/posso esperar para comer dentro de algumas horas, quando sentir fome de fato”, e desviar o foco para outras atividades. Quando se der por conta, o desejo provavelmente terá se dissipado.
Saber respeitar a saciedade
Uma outra característica das pessoas magras é não gostar da sensação de comer exageradamente, daquela sensação de estufamento. Dessa forma, a pessoa magra costuma respeitar a sua saciedade, aquele sinal enviado pelo estômago ao cérebro de que ele está confortavelmente saciado.
Comer além do ponto de saciedade pode ser ocasionado por não querer sentir-se em privação, estar preocupado em sentir fome antes da próxima refeição ou ter-se acostumado a comer grandes quantidades.
Não se auto enganar
Iludir-se sobre a quantidade que come também não é uma característica de pessoas magras. Mas, quem está tentando emagrecer pode pensar, por exemplo, que comer os farelos de um pão ou raspar o fundo do pote de sorvete não contam como calorias.
Na verdade, justificativas para comer bastante não faltam! A pessoa com excesso de peso pode dizer que comeu demais porque estava de férias ou em um aniversário, embora isso não justifique, pois é possível estar em um evento e comer quantidades normais.
Diferenças sobre como lidar com as emoções
Um comportamento muito comum também é usar a comida para se confortar, seja por estar ansioso, chateado, triste, frustrado, entediado, sozinho, etc. É importante, neste caso, encontrar outras maneiras para se acalmar e não utilizar a comida para regular emoções desagradáveis como forma de evitar senti-las.
A desesperança em relação a emagrecer e encarar como uma catástrofe um leve aumento de peso são outras característica que não fazem parte das pessoas magras. Elas costumam olhar os descuidos como experiências, e não ficam desesperadas quando constatam que engordaram um pouco.
Elas simplesmente retomam o cuidado, sabendo que é uma questão de tempo para o peso voltar ao normal. Mesmo se comer demais em uma festa, por exemplo, uma pessoa magra irá retomar a alimentação habitual imediatamente. Ou seja, um exagero situacional não a faz acreditar que, por aquele momento de exagero, está tudo perdido e não adianta mais continuar.
Sensação de injustiça
A pessoa com excesso de peso pode pensar, também, sobre como é injusto que algumas pessoas possam comer o que quiserem sem engordar e ela não, embora isso não seja totalmente verdade. As pessoas magras, muitas vezes, comem menos do que gostariam e, na maior parte do tempo, deliberadamente escolhem alimentos saudáveis em detrimento de algo que gostariam de comer.
E, na verdade, uma pessoa magra comendo livremente pode estar apenas em um momento de exagero. Ou seja, não significa que ela se alimente de forma exagerada o tempo todo.
Constância
Por fim, uma característica muito importante das pessoas magras: elas não interrompem os cuidados com a alimentação assim que emagrecem. E como elas conseguem isso? Mantendo não apenas o cuidado com a alimentação, mas também a atenção aos seus pensamentos, sentimentos e comportamentos alimentares.
Nutrição comportamental e mudança da relação com a comida: a melhor “dieta” para emagrecer.