Nutricionista Adriana Lauffer

Dieta para refluxo gastroesofágico

Dieta para refluxo gastroesofágico

Existe uma dieta para refluxo gastroesofágico? Embora não exista uma dieta específica, certos cuidados com a alimentação podem contribuir muito para a melhora dos sintomas das pessoas que têm refluxo.

É uma pena que os pacientes não sejam encaminhados a um nutricionista especializado em gastroenterologia com mais frequência.

O interessante é que, não só determinados alimentos podem potencialmente causar refluxo, mas também alguns comportamentos alimentares. Bem, vamos às orientações?

No vídeo tem algumas informações complementares:

Sobre deitar-se:

Deite-se na horizontal 2-3 horas após a última refeição e eleve a cabeceira da cama 15 a 20 cm, pois facilita o esvaziamento gástrico, evitando que o conteúdo do estômago reflua para o esôfago. Além disso, durma virado para o lado esquerdo.

Dieta para refluxo gastroesofágico:

Os alimentos e bebidas abaixo podem causar refluxo. No entanto, antes de simplesmente excluí-los da sua alimentação, observe quais realmente te causam desconforto, pois isso é particular e vários alimentos listados abaixo são saudáveis.

Portanto, fazer um diário de alimentação e sintomas pode ajudar bastante a identificar e entender os seus sintomas, sem precisar se submeter a restrições alimentares desnecessárias.

Sobre líquidos:

Na dieta para refluxo gastroesofágico, deve-se evitar beber líquidos durante ou próximo às refeições. Então, mantenha boa hidratação corporal bebendo líquidos nos intervalos entre as refeições.

A ingestão de líquidos muito quentes ou muito geladas pode causar desconforto e isso depende de cada paciente. As bebidas que podem causar refluxo são as bebidas alcoólicas, gaseificadas, fermentadas e sucos cítricos, entretanto, varia conforme a tolerância de cada um. Observe-se.

Sobre alimentos:

Alimentos que retardam o esvaziamento gástrico:

Os alimentos gordurosos, fritos e o excesso de carne.

Alimentos, bebidas e substâncias que diminuem a pressão do esfíncter cárdia:

Chocolate (fonte de metilxantina), bebida alcoólica, condimentos e carminativos (canela, cravo, hortelã, menta, pimenta), cafeína (café, chá, chá preto, chimarrão, refrigerantes a base de cola), doces (geleias, compotas, sobremesas, produtos de padaria), alimentos cítricos (limão, laranja, abacaxi, tomate, molho de tomate…), alimentos gordurosos. PS.: mesmo café descafeinado pode causar desconforto, consuma apenas se tolerar.

Alimentos ricos em purina:

Molhos e extratos de carne vermelha.

Alimentos de difícil digestão e que fermentam:

Abacate, agrião, alho, alimentos gordurosos, banana d’água, batata-doce, bebidas gasosas, bebidas fermentadas tipo cerveja, brócolis, carnes gordas, cebola, creme de leite integral, couve-flor, couve, doces concentrados, embutidos, fava, feijão, frutas oleaginosas, goiaba, grão-de-bico, jaca, lentilha, melão, melancia, milho verde, molhos concentrados, nabo, ovo cozido, pepino, pimentão, queijos concentrados tipo roquefort e parmesão, rabanete, refrigerantes, repolho, uva, vísceras.

Alimentos ricos em frutanos:
Frutano é um carboidrato altamente fermentável da dieta low Fodmap, e que costuma causar desconforto em pessoas com síndrome do intestino irritável. Porém, o frutano pode causar também refluxo.

  • Bebidas: chá oolong, chá de funcho, chá de camomila, chá dente de leão, kombucha, água de coco, suco de aloe vera.
  • Temperos: alho, cebola, pimenta jalapeno, alfarroba
  • Oleaginosas: castanha de caju, pistache
  • Frutas: ameixa in natura, ameixa seca, banana madura, caqui, tâmara, cranberry seco, framboesa, mirtilo, figo seco, gogi berri seco, melancia, melão casca amarela, nectarina, uva passa
  • Vegetais: couve chinesa, abóbora manteiga, beterraba
  • Leguminosas: ervilha, ervilha torta, feijão marrom, feijão preto, lentilha, soja, proteína de soja,
  • Cereais: trigo, amaranto, farinha de coco, cuscuz de milho, centeio, cevada

Atenção! Para identificar quais alimentos te causam desconforto, faça um diário alimentar!

Orientações sobre estilo de vida:

  • Parar de fumar;
  • Evitar esforços físicos excessivos, principalmente próximo às refeições;
  • Evitar roupas apertadas na cintura;
  • Manter peso adequado;
  • Evite bebidas alcoólicas.

Comportamento alimentar e refluxo gastroesofágico:

Na dieta para refluxo gastroesofágico é importante fracionar sua alimentação, isto é, realizar várias refeições ao dia, comendo volumes menores a cada refeição, para evitar que a distensão gástrica provoque o refluxo.

Comer devagar e mastigar bem os alimentos é importante para não sobrecarregar a atividade do seu estômago. Além disso, prefira ambientes calmos para se alimentar e reserve tempo suficiente para a refeição para conseguir comer com calma e atenção.

Casos mais avançados de refluxo podem necessitar do espessamento dos alimentos, tornando-os mais viscosos, pois assim é menos provável de ser refluído. Nesse caso os alimentos devem ser bem cozidos e com preparações sob a forma pastosa, evitando a forma líquida.

Eu, como nutricionista especialista em Gastroenterologia, te afirmo: a alimentação adequada contribui demais para a melhora dos sintomas.

O paciente que apenas usa a medicação prescrita sem uma orientação formal de nutricionista especialista em gastroenterologia, sobre a alimentação e sobre o comportamento alimentar, continua a ter sintomas importantes na maior parte dos casos.

O comportamento alimentar (a maneira como a pessoa se alimenta) é um fator de extrema importância.

Se o seu refluxo é causado por hérnia hiatal, veja mais nesse post, mas se o seu refluxo é causado por baixa acidez e má digestão, leia mais sobre hipocloridria.

Esse post não dispensa uma orientação nutricional individualizada.

Nutrição e gastroenterologia: uma união muito importante!