Nutricionista Adriana Lauffer

Vitamina D: deficiência e intoxicação

vitamina d: deficiência e intoxicação

Um dos suplementos mais utilizados, muitas vezes por conta própria, é o suplemento de vitamina D. Vamos ver mais sobre os seus extremos: a deficiência e a intoxicação.

Sintomas de carência de vitamina D

A deficiência de vitamina D pode ser assintomática em seus estágios iniciais, mas à medida que a deficiência se agrava, podem surgir sintomas relacionados à falta dessa vitamina no organismo. Alguns dos sintomas comuns de carência de vitamina D incluem:

  • Fraqueza muscular: A vitamina D desempenha um papel importante na função muscular, portanto, a deficiência pode levar a fraqueza muscular e dificuldade em realizar atividades físicas.
  • Dor nos ossos e fraqueza óssea: A vitamina D desempenha um papel essencial na absorção de cálcio e na saúde óssea. A falta de vitamina D pode levar a dor nos ossos, fragilidade óssea e maior risco de fraturas.
  • Fadiga e cansaço: sintomas de fadiga e cansaço inexplicáveis têm sido associados à falta de vitamina D.
  • Alterações de humor: Alguns estudos sugerem uma possível relação entre a deficiência de vitamina D e alterações de humor, como depressão e ansiedade.
  • Comprometimento do sistema imunológico: A vitamina D desempenha um papel importante na regulação do sistema imunológico. A deficiência dessa vitamina pode aumentar o risco de infecções e doenças autoimunes.

Exame que avalia vitamina D no sangue

O exame mais comum para avaliar a deficiência de vitamina D é o teste de 25-hidroxivitamina D, também conhecido como teste de nível sérico de vitamina D. Esse exame mede a quantidade de 25-hidroxivitamina D, a forma circulante da vitamina D no sangue. Portanto, 25-hidroxivitamina D2 (calcidiol) e 25-hidroxivitamina D3 (calcitriol) são as duas formas principais existentes de vitamina D que são medidas em exames.

Os resultados do teste são geralmente expressos em nanogramas por mililitro (ng/mL) ou em nanomoles por litro (nmol/L). As faixas consideradas normais podem variar ligeiramente entre diferentes laboratórios e instituições de saúde, mas, em geral, os níveis recomendados de vitamina D no sangue são:

  • Suficiente: acima de 30 ng/mL (ou acima de 75 nmol/L)
  • Insuficiente: entre 20-30 ng/mL (ou entre 50-75 nmol/L)
  • Deficiente: abaixo de 20 ng/mL (ou abaixo de 50 nmol/L)

É importante ressaltar que a interpretação dos resultados do teste deve ser feita por um profissional de saúde, levando em consideração os sintomas, histórico médico e outros fatores clínicos do indivíduo. A partir disso, profissional de saúde, com base nos resultados do exame e nas necessidades específicas do paciente, irá determinar tratamento da deficiência de vitamina D, se necessário, e com base nas necessidades específicas do paciente.

Vitamina D2 e D3

A forma mais comum e recomendada de medir a deficiência de vitamina D é por meio da medição da 25-hidroxivitamina D total, que engloba tanto a forma D2 (calcidiol) quanto a forma D3 (calcitriol). Essas duas formas são metabolizadas a partir da exposição solar e da ingestão de alimentos fontes de vitamina D.

A vitamina D3 (calcitriol) é produzida naturalmente pelo organismo quando a pele é exposta à luz solar, enquanto a vitamina D2 (calcidiol) é encontrada em alguns alimentos de origem vegetal e também pode ser obtida por meio de suplementação.

Ambas as formas têm importância na avaliação do status de vitamina D, e a medição da 25-hidroxivitamina D total fornece uma visão mais abrangente do nível de vitamina D no organismo. Os resultados do exame indicarão a quantidade total de 25-hidroxivitamina D, sem especificar a proporção entre as formas D2 e D3.

É importante ressaltar que a forma D3 (calcitriol) é considerada mais eficaz e bioativa em relação à forma D2 (calcidiol) na manutenção dos níveis adequados de vitamina D no organismo. Portanto, é recomendado obter a vitamina D principalmente a partir da exposição solar e da ingestão de alimentos ricos em vitamina D3, como peixes gordurosos e gema de ovo, além de considerar a suplementação quando necessário, sob orientação médica.

Sintomas de intoxicação por vitamina D

A intoxicação por vitamina D, também conhecida como hipervitaminose D, é rara, mas, pode ocorrer quando há uma ingestão excessiva de vitamina D por um longo período de tempo. Os sintomas podem variar de leves a graves e podem incluir:

  • Náuseas e vômitos: Pessoas com intoxicação por vitamina D podem experimentar náuseas persistentes e episódios de vômito.
  • Perda de apetite: Uma diminuição no apetite é comum em casos de hipervitaminose D.
  • Aumento da sede e micção frequente: A intoxicação por vitamina D pode levar a um aumento da sede e necessidade frequente de urinar.
  • Fadiga e fraqueza: Pessoas afetadas podem sentir fadiga extrema e fraqueza muscular.
  • Desidratação: A intoxicação por vitamina D pode causar desidratação devido ao aumento da micção e à falta de equilíbrio de fluidos.
  • Constipação: A constipação é um sintoma comum em casos de intoxicação por vitamina D.
  • Irritabilidade e alterações de humor: Alguns indivíduos podem experimentar irritabilidade, alterações de humor e dificuldade de concentração.
  • Aumento da pressão arterial: Níveis excessivos de vitamina D podem levar ao aumento da pressão arterial.

É importante destacar que a intoxicação por vitamina D é rara e geralmente ocorre devido ao consumo excessivo de suplementos de vitamina D sem supervisão médica. Se você suspeitar de intoxicação por vitamina D ou tiver preocupações sobre a dose adequada de vitamina D, é recomendado consultar um profissional de saúde para avaliação e orientação adequada.

Em casos graves de intoxicação por vitamina D, pode haver complicações renais. A vitamina D em excesso pode levar ao acúmulo de cálcio nos rins, resultando em uma condição chamada hipercalcemia. A hipercalcemia prolongada e severa pode levar a danos nos rins, como a formação de cálculos renais (pedras nos rins) e lesões nos tecidos renais.

A sobrecarga de cálcio nos rins pode interferir na função normal dos rins, afetando a capacidade de filtrar e excretar substâncias do organismo. Isso pode levar a distúrbios eletrolíticos, desequilíbrio de fluidos e alterações na função renal.

Tratamento para intoxicação por vitamina D

O tratamento para intoxicação por vitamina D depende da gravidade dos sintomas e dos níveis de vitamina D no organismo. Em casos leves a moderados, o tratamento geralmente envolve a interrupção do consumo de suplementos de vitamina D e redução da exposição à luz solar para ajudar a normalizar os níveis de vitamina D no organismo.

Em casos mais graves de intoxicação por vitamina D, pode ser necessário um tratamento mais agressivo. Isso pode incluir:

  • Hidratação: Ingestão adequada de líquidos para ajudar a diluir a concentração de vitamina D no organismo e facilitar sua excreção pelos rins.
  • Restrição de cálcio: Redução da ingestão de alimentos ricos em cálcio para ajudar a diminuir a absorção de cálcio no organismo.
  • Medicamentos: podem ser prescritos medicamentos para ajudar a reduzir os níveis de cálcio no sangue e nos tecidos em casos mais graves.
  • Monitoramento médico: Acompanhamento médico regular para monitorar os níveis de vitamina D e cálcio no organismo e ajustar o tratamento conforme necessário.

É importante ressaltar que o tratamento para intoxicação por vitamina D deve ser realizado sob a supervisão de um médico. Não se deve interromper ou alterar o uso de suplementos de vitamina D sem orientação médica adequada.

Saiba mais sobre vitamina D e sua importância para a saúde.