Laxantes muitas vezes são usados de forma indiscriminada, sem orientação médica e sem uma necessidade real como, por exemplo, para tratar para alguma disfunção intestinal que cause constipação crônica, por exemplo. Além disso, existem diversos tipos de laxantes, e alguns deles podem causar danos importantes ao intestino.
Nem todos os tipos de laxantes são ruins, afinal, eles têm ações diferentes. Mas, infelizmente, em alguns casos a constipação crônica é causada por distúrbios de funcionamento intestinal, exigindo ocasionalmente o uso de laxantes. Nessas situações, o tratamento paliativo envolve o uso regular desses medicamentos, tornando a escolha adequada dos laxantes algo essencial.
O que são laxantes:
Laxantes são medicamentos que agem nas funções de absorção e secreção do intestino e modificam a consistência, forma e a quantidade das fezes.
Eles são conhecidos popularmente como catárticos, sendo classificados em laxantes e purgantes.No entanto, a classificação farmacológica usa apenas a denominação genérica de laxantes para se referir a todas essas substâncias.
Os laxantes são mais suaves que os perguntas, e demoram mais para agir, de 6 horas a 3 dias, e promovem fezes macias ou pastosas, eventualmente diarreicas. Já os purgantes são drásticos: agem rapidamente, de 1 a 3 horas, e a evacuação que resulta deles é aquosa e volumosa.
Tipos de laxantes
Quanto ao mecanismo de ação, esses fármacos podem ser classificados em:
- Formadores de massa;
- Emolientes;
- Osmóticos;
- Estimulantes.
Dentre os laxantes sintéticos, eles podem ser divididos em duas categorias:
- Osmóticos;
- Apáticos.
Os osmóticos são aqueles agem no formato das fezes, pois atraem água do intestino para a luz intestinal, com a intenção de tornar as fezes mais macias e mais volumosas.
Já os apáticos são aqueles que agem na parede do intestino, causando uma irritação na mesma, forçando a evacuação por um aumento da motilidade intestinal, como se o intestino identificasse um corpo estranho e precisasse expeli-lo por meio das fezes.
Laxantes osmóticos
Os laxantes do tipo osmóticos atuam extraindo a água presente nas paredes do intestino grosso e lançando-a no interior dele, na luz intestinal, onde estão das fezes.
Assim, eles diluem a massa fecal e facilitam a sua eliminação, pois tornam as fezes moles e fluidas. O excesso de líquido também torna as paredes do intestino grosso tensas, estimulando as contrações.
Esses laxantes são compostos por sais, geralmente fosfato, magnésio ou sulfato, ou açúcares que são pouco absorvidos, como lactulose e sorbitol.
Estes laxantes costumam atuar no prazo de 3 horas e são melhores no tratamento da constipação intestinal do que para sua prevenção.
Também são utilizados para eliminar as fezes do intestino antes de exames radiológicos do trato digestivo e antes de colonoscopias.
Portanto, os laxantes osmóticos têm em sua composição sal e açúcar. São os mais utilizados e funcionam por osmose, ao atrair a água para a luz do intestino e facilitar o trânsito. Seu efeito pode ser rápido, de uma a duas horas.
Antes que alguém se preocupe, estes açúcares não são absorvidos e, portanto, não engordam.
Contra indicações de uso dos laxantes osmóticos
Portanto, por conterem sódio, os agentes osmóticos podem provocar retenção de líquidos em pessoas com doenças renais ou insuficiência cardíaca, sobretudo quando são administrados em doses elevadas ou de forma muito frequente.
Os agentes osmóticos que contêm magnésio e fosfato passam parcialmente para o sangue, podendo ser prejudiciais em pessoas com insuficiência renal.
Quais são os laxantes osmóticos
Exemplos de laxantes osmóticos são o citrato de magnésio, sulfato de magnésio e sulfato de sódio, além de vários fosfatos, sulfatos e tartaratos.
Entre os sulfatos, o sulfato de magnésio é o mais utilizado como laxante, que assim como o sulfato de sódio e citrato de magnésio servem de base para limonada purgativa, com rápida ação após a ingestão.
Também pertencem a este grupo os sacarídeos não absorvíveis, como manitol e sorbitol, os álcoois, como a glicerina, e o polietilenoglicol.
A glicerina apresenta formas farmacêuticas de supositório ou para ingestão por via oral. Os sacarídeos e o polietilenoglicol se apresentam como soluções orais.
Laxantes emolientes
Laxantes do tipo emolientes são agentes amolecedores das fezes, que agem aumentando a quantidade de água nas fezes. No entanto, o mecanismo de ação é um pouco diferente dos osmóticos, porque estes laxantes agem como detergentes que diminuem a tensão superficial das fezes, permitindo que a água penetre nelas com maior facilidade e as amoleça.
Assim como os laxantes osmóticos, esse aumento da massa fecal estimula as contrações naturais do intestino grosso e ajuda as fezes amolecidas a deslocarem-se com maior facilidade dentro do cólon em direção à evacuação.
Portanto, os laxantes emolientes facilitam a defecação simplesmente por amolecer as fezes, sem promover um peristaltismo forçado pelo intestino. Atuam lubrificando e amolecendo as fezes, impedindo a perda da umidade excessiva e reduzindo a tensão superficial. Por isso, por não induzirem os movimentos peristálticos intestinais, não são considerados verdadeiros laxantes.
Quais são os laxantes emolientes
Exemplos são: docusato, o Dioctilsulfossuccinato de sódio, óleo mineral e a vaselina líquida.
O dioctilsulfossuccinato de sódio é um detergente aniônico, ou seja, possui um grupo carregado negativamente na extremidade polar, diminuindo a tensão superficial e facilitando a penetração de água e gorduras no bolo fecal.
Os óleos minerais e vegetais também podem ser utilizados como laxantes lubrificantes. Óleos vegetais incluem o óleo de oliva, de semente de algodão e de milho.
Assim como a vaselina líquida, o uso prolongado de óleos como laxantes podem interferir na absorção de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K), algumas vezes o paciente se queixa de uma mudança nas fezes ao notar uma lâmina de óleo na água do vaso sanitário. Além de certos medicamentos administrados por via oral, como os anticoncepcionais.
Laxantes estimulantes
Laxantes do tipo estimulantes são aqueles que estimulam diretamente as paredes do intestino grosso, provocando a sua contração para deslocar as fezes. Contêm substâncias irritantes como o sene, a cáscara-sagrada, a fenolftaleína, o bisacodil ou o óleo de rícino.
Normalmente, provocam uma evacuação semi-sólida no prazo de 6 a 8 horas, mas, muitas vezes, também provocam cólicas.
Quando são administrados em forma de supositório, costumam atuar em 15 a 60 minutos. O uso prolongado de laxantes estimulantes pode danificar o intestino grosso. As pessoas que os utilizam podem tornar-se adictos destes laxantes, desenvolvendo a síndrome do intestino preguiçoso, o qual cria dependência deles.
Os laxantes estimulantes são frequentemente administrados para esvaziar o intestino grosso antes de exames de diagnóstico e para prevenir ou tratar a constipação causada por medicamentos que retardam as contrações do intestino grosso, como os opiáceos.
Além disso, devido à sua capacidade de estimular rapidamente o movimento intestinal, eles também são utilizados antes de procedimentos cirúrgicos.
Eles aumentam a secreção de água e eletrólitos e costumam ter um efeito bem rápido. Esse tipo é usado somente em raras ocasiões e é contraindicado para mulheres grávidas.
Quais são os laxantes estimulantes
Exemplos são: o extrato da Cáscara sagrada, Sene, Bisacodil, Fenolftaleína, Óleo de rícino.
Essas substâncias atuam estimulando de forma direta a motilidade do intestino. Pertencem a este grupo os derivados antraquinônicos, na forma de glicosídeos ou livres, extraídos de diversos vegetais.
Na luz intestinal existem enzimas bacterianas, que promovem a hidrólise de glicosídeos precursores inativos, liberando os compostos antraquinônicos ativos, que terão efeito laxante.
Atuam de modo a irritar o intestino grosso, aumentando a motilidade intestinal, com a consequente diminuição da reabsorção de água. Como atuam no intestino grosso, o início de ação pode levar algum tempo, em torno de seis horas para o sene, por exemplo.
O uso do sene pode provocar cólicas, enquanto a cáscara sagrada não está associada a este efeito. Isto se deve a maior atividade catártica que o sene apresenta.
Como derivados do defenilmetano, estão a fenolftaleína e o bisacodil. A fenolftaleína atua como irritante do intestino grosso; já o bisacodil, após sofrer hidrólise na mucosa do intestino grosso, estimula o peristaltismo intestinal e promove o acúmulo de água e de eletrólitos no lúmen do cólon. Em consequência, há o estímulo para a defecação, amolecimento das fezes e a redução do tempo de trânsito intestinal.
O óleo de rícino ou óleo de mamona é obtido a partir das sementes da planta Ricinus communis e produz efeito laxante por ação do ácido ricinoléico, no intestino.
Laxantes agentes formadores de volume
Laxantes do tipo formadores de volume são aqueles que aumentam o volume das fezes e podem ser usados por tempo prolongado. O volume de fezes aumentado estimula as contrações naturais do intestino e, além disso, as fezes volumosas são mais moles e mais fáceis de expulsar.
Os agentes formadores de volume atuam lenta e suave, e são considerados um dos métodos mais seguros para facilitar evacuações regulares.
Estes produtos ao princípio são tomados em pequenas quantidades. Portanto, a dose vai sendo aumentada de modo gradual até se atingir a regularidade.
As pessoas que utilizam agentes formadores de volume também devem beber líquidos em abundância.
Portanto, eles promovem o aumento do bolo fecal, estimulando a motilidade intestinal. Este grupo de medicamentos é representado principalmente por plantas, extratos de plantas ou por gomas naturais não digeríveis e que tenham características hidrófilas, ou seja, que possuam afinidade pela água, com ótima molhabilidade. São os laxantes mais indicados por apresentarem ação semelhante ao sistema fisiológico, sem efeitos adversos sistêmicos, além de não causar danos à mucosa intestinal.
Quais são os agentes formadores de massa
Formadores de massa são geralmente feitos à base de fibras alimentares ou mucilagens em forma de pó ou grânulos.
Exemplos são o ágar-ágar, goma de acácia, metilcelulose, semente de psyllium, farelo, policarbófilo de cálcio.
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Como você pode ver, existem diversos tipos de laxantes com diferentes composições e formas de ação. Portanto, os diferentes tipos de laxantes terão diferentes indicações e, por isso, necessita de orientação médica. Não faça uso de laxantes de por conta.