Quando a dieta Fodmap não funciona, o que fazer? A dieta Fodmap funciona muito bem em 80% dos casos, mas se não funcionou para você, duas coisas podem estar acontecendo:
1) Você não recebeu orientação adequada do profissional na execução do protocolo, ou você realizou o protocolo por conta própria e não o seguiu corretamente (ambas as situações são bastante comuns).
2) Pode haver um componente emocional muito forte nesse paciente com SII onde as emoções são somatizadas e causam os sintomas gastrointestinais;
3) O diagnóstico precisa ser revisado, pois pode ser outra forma de intolerância ou sensibilidade alimentar com sintomas semelhantes.
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O panorama atual
Estima-se que a intolerância alimentar afete até 20% da população. No entanto, compreender completamente esse diagnóstico e gerenciá-lo ainda é complicado devido à variedade de sintomas apresentados e aos mecanismos não imunológicos associados.
A sensibilidade alimentar aos FODMAP’s possui fortes evidências apoiando seus mecanismos, como o aumento da atividade osmótica e fermentação com a resultante distensão. Estes levam aos sintomas naqueles com hipersensibilidade visceral.
No entanto, entre os estudos para outras intolerâncias alimentares, incluindo sensibilidade não celíaca ao glúten/trigo, aditivos alimentares e produtos químicos bioativos, existe uma escassez de estudos científicos confiáveis (reprodutíveis, bem desenhados, duplamente cegos, controlados por placebo), o que dificulta a compreensão dos mecanismos, diagnóstico e manejo.
A raíz do problema
Deficiências enzimáticas foram propostas como causa para outras sensibilidades alimentares incluindo baixa atividade da amina oxidase resultando em intolerância à histamina, bem como deficiência da enzima sacarase-isomaltase resultando em tolerância reduzida a açúcares e amido. Porém, a falta de confiança biomarcadores de diagnóstico para as intolerâncias alimentares resultam na incapacidade de atingir alimentos específicos no indivíduo.
Portanto, ainda hoje os profissionais utilizam uma abordagem de tentativa e erro. Nessa abordagem, eles reduzem ou retiram temporariamente os constituintes alimentares suspeitos e, em seguida, os reintroduzem com o objetivo de avaliar a resposta. Estudos futuros poderão identificar biomarcadores ou avaliação de enzimas para prever resposta a terapias alimentares ou melhorar a digestibilidade dos alimentos pelas pessoas intolerantes.
Se você tem síndrome do intestino irritável, se você foi orientado a fazer corretamente o protocolo Fodmap, se você fez corretamente o protocolo e não teve resultado significativo, procure saber mais sobre outras alergias alimentares, sobre permeabilidade intestinal aumentada, disbiose e hipocloridria. Também procure observar mais a sua relação com as suas emoções e até que ponto você as somatiza no seu corpo.
Fonte: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28244666/
Interessado em fazer o protocolo Fodmap?
Aqui abaixo você encontra uma Lista de alimentos low Fodmap em português, confiável, baseada nas orientações da Universidade de Monash, bem como um Livro de receitas low Fodmap e uma sugestão de cardápio low Fodmap para que você consiga fazer a fase de exclusão do protocolo mantendo uma alimentação equilibrada, adequada em fibras e variada, mesmo sem orientação profissional.
No entanto, para os passos seguintes do protocolo é preciso de um profissional experiente para orientar como fazer os testes, para interpretá-los e sobre como personalizar a sua alimentação. Lembre-se de que os profissionais não indicam a manutenção da fase de exclusão da dieta por mais de 6 semanas. Além disso, o acompanhamento profissional é importante porque parte dos pacientes possuem outras condições clínicas associadas que o protocolo não resolverá por completo e, portanto, necessita de condutas adicionais.