Nutricionista Adriana Lauffer

Disbiose e o eixo cérebro-intestino

Disbiose e o eixo cérebro-intestino

A relação entre o intestino e o cérebro emerge como um dos campos mais promissores na compreensão da saúde humana integrada. O eixo cérebro-intestino representa um complexo sistema de comunicação bidirecional entre o sistema nervoso central e o trato gastrointestinal, influenciando não apenas a função digestiva, mas também comportamentos, emoções e processos cognitivos. Esta comunicação ocorre através de múltiplas vias que incluem o sistema nervoso (particularmente o nervo vago), sinais imunológicos, neurotransmissores e metabólitos produzidos pela microbiota intestinal.

Nos últimos anos, pesquisadores têm demonstrado de maneira consistente que este eixo desempenha papel fundamental em diversas condições médicas, desde distúrbios gastrointestinais funcionais até condições neuropsiquiátricas como ansiedade, depressão e neurodegeneração. Compreender este sofisticado sistema de comunicação oferece novas perspectivas para abordagens terapêuticas integradas que consideram a saúde intestinal como componente essencial do bem-estar mental e neurológico.

Eubiose: o estado de equilíbrio da microbiota

Em condições saudáveis, nosso organismo mantém um estado conhecido como eubiose – termo derivado do grego “eu” (bom) e “bios” (vida). A eubiose intestinal caracteriza-se por uma microbiota diversificada, estável e funcionalmente ativa, estabelecendo uma relação simbiótica com o hospedeiro.

Neste estado de equilíbrio, observamos:

  • Alta diversidade microbiana: presença de milhares de espécies bacterianas diferentes, com predomínio de filos benéficos como Firmicutes e Bacteroidetes em proporções equilibradas.
  • Integridade da barreira intestinal: manutenção das junções intercelulares estreitas (tight junctions) que selam o espaço entre as células epiteliais intestinais, controlando rigorosamente o que ultrapassa a barreira intestinal.
  • Resposta imunológica regulada: produção adequada de imunoglobulina A (IgA), peptídeos antimicrobianos (defensinas) e muco protetor, que juntos promovem tolerância a antígenos inofensivos enquanto combatem potenciais patógenos.
  • Produção de metabólitos benéficos: síntese de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) como butirato, propionato e acetato, que nutrem as células intestinais e exercem efeitos anti-inflamatórios sistêmicos.

Esta homeostase microbiana não apenas garante o funcionamento saudável do sistema digestivo, mas também contribui significativamente para a saúde do sistema nervoso central através da comunicação contínua pelo eixo cérebro-intestino.

Disbiose e sua influência no cérebro

A disbiose intestinal representa o oposto da eubiose e caracteriza-se pelo desequilíbrio na composição da microbiota, com alterações na diversidade e abundância de espécies microbianas. Este estado pode ser desencadeado por diversos fatores, incluindo uso de antibióticos, dieta pobre em fibras, estresse crônico, infecções e exposição a toxinas ambientais.

As principais características da disbiose incluem:

  • Redução da diversidade microbiana: diminuição no número de espécies diferentes, frequentemente com aumento desproporcional de bactérias potencialmente patogênicas (patobiontes).
  • Comprometimento da barreira intestinal: disfunção das junções intercelulares estreitas, levando ao aumento da permeabilidade intestinal, condição frequentemente denominada “intestino permeável” ou “leaky gut”.
  • Resposta imunológica alterada: redução na produção de muco protetor, IgA e defensinas, comprometendo a primeira linha de defesa da mucosa intestinal.
  • Inflamação local e sistêmica: a passagem de antígenos bacterianos, componentes alimentares não processados e outros conteúdos intestinais para o espaço submucoso desencadeia uma cascata inflamatória local que pode se propagar sistemicamente.

Este estado disbiótico tem implicações significativas para a função cerebral. A inflamação intestinal resultante da disbiose é detectada por terminações nervosas aferentes, principalmente do nervo vago, que transmitem estes sinais inflamatórios ao sistema nervoso central. Adicionalmente, citocinas pró-inflamatórias produzidas localmente podem atingir a circulação sistêmica e afetar a barreira hematoencefálica, modulando funções cerebrais.

Estudos em modelos animais têm demonstrado consistentemente que a indução de disbiose através de antibióticos ou dietas específicas resulta em alterações comportamentais semelhantes à ansiedade e depressão, além de déficits cognitivos mensuráveis. De maneira notável, a restauração da eubiose reverte muitos destes efeitos negativos, evidenciando a causalidade nesta relação.

O nervo vago e a comunicação intestino-cérebro

O nervo vago, décimo par craniano, representa a via mais direta e rápida de comunicação entre o intestino e o cérebro. Aproximadamente 80% das fibras vagais são aferentes (sensoriais), transmitindo informações do intestino para o sistema nervoso central, enquanto 20% são eferentes (motoras), enviando comandos do cérebro para o trato gastrointestinal.

As terminações do nervo vago distribuem-se amplamente pelo intestino, detectando:

  • Compostos produzidos pela microbiota intestinal
  • Hormônios intestinais liberados por células enteroendócrinas
  • Sinais nutricionais relacionados à ingestão alimentar
  • Distensão mecânica e outros estímulos mecânicos intestinais
  • Mediadores inflamatórios produzidos durante estados de disbiose

Este estado inflamatório da disbiose é detectado por nervos sensoriais (aferentes) que enviam esses sinais ao cérebro. O cérebro, após processar estas informações, envia comandos de volta (via nervos eferentes) para tentar regular o intestino. Esses comandos são principalmente uma resposta adaptativa do organismo tentando lidar com as consequências da disbiose, como: 1) controle de inflamação, 2) restabelecimento da função intestinal, 3) proteção do organismo etc.

Ao mesmo tempo, lá no cérebro, o hipotálamo se comunica com a hipófise. Essa, por sua vez, envia sinais hormonais para diferentes glândulas do corpo, como as adrenais e a tireoide. Assim, o desequilíbrio intestinal pode influenciar vários sistemas do corpo através desta comunicação nervosa e hormonal.

A importância do nervo vago

A importância do nervo vago na comunicação cérebro-intestino é evidenciada por estudos de vagotomia (secção cirúrgica do nervo vago). Animais e humanos submetidos a este procedimento demonstram alterações significativas não apenas na função digestiva, mas também no comportamento e na resposta ao estresse. Historicamente, pacientes submetidos à vagotomia para tratamento de úlceras pépticas apresentavam maior incidência de transtornos psiquiátricos, incluindo depressão e ansiedade.

Por outro lado, a estimulação vagal tem emergido como terapia eficaz para condições como epilepsia refratária, depressão resistente a tratamento e dor crônica. Este efeito terapêutico ressalta a relevância do nervo vago como alvo potencial para intervenções que visam normalizar a comunicação cérebro-intestino em condições de disbiose.

Neurotransmissores e hormônios intestinais

A microbiota intestinal possui impressionante capacidade de produzir e modular neurotransmissores e neuromoduladores que afetam diretamente a função cerebral. Esta “farmácia intestinal” exerce influência significativa sobre nosso humor, comportamento e cognição.

Entre os principais neurotransmissores produzidos ou modulados pela microbiota intestinal, destacam-se:

  • Serotonina (5-HT): aproximadamente 95% da serotonina corporal é produzida no intestino por células enterocromafins, sendo sua síntese fortemente influenciada pela microbiota. Embora esta monoamina não atravesse diretamente a barreira hematoencefálica, influencia a sinalização vagal e afeta indiretamente a função cerebral. A serotonina regula não apenas a motilidade intestinal e secreção, mas está implicada em condições como depressão, ansiedade e síndrome do intestino irritável.
  • Ácido gama-aminobutírico (GABA): principal neurotransmissor inibitório do sistema nervoso central, o GABA é produzido por várias espécies de Lactobacillus e Bifidobacterium. Estudos demonstram que certas cepas bacterianas podem aumentar a expressão de receptores GABA no cérebro, modulando estados de ansiedade.
  • Dopamina e noradrenalina: neuromoduladores essenciais para motivação, recompensa e controle motor, sua produção pode ser estimulada por determinadas bactérias intestinais. A disbiose está associada a alterações nos níveis destes neurotransmissores, potencialmente contribuindo para condições como depressão e doença de Parkinson.

Além dos neurotransmissores, o intestino é o maior órgão endócrino do corpo, produzindo mais de 30 hormônios diferentes. A microbiota intestinal modula a liberação de peptídeos como colecistoquinina (CCK), peptídeo YY (PYY), glucagon-like peptide-1 (GLP-1) e grelina, que afetam não apenas a ingestão alimentar e metabolismo, mas também funções cognitivas e humor.

O sistema enteroendócrino estabelece, assim, uma sofisticada rede de comunicação química que integra sinais ambientais (alimentação, estresse) com respostas fisiológicas e comportamentais, destacando a influência da disbiose sobre funções cerebrais superiores.

Metabólitos microbianos e o cérebro

A microbiota intestinal produz uma impressionante variedade de metabólitos bioativos que influenciam a função cerebral. Estes compostos representam importantes mensageiros no eixo cérebro-intestino, especialmente os ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) – butirato, propionato e acetato – produzidos através da fermentação bacteriana de fibras dietéticas não digeríveis.

Os AGCC exercem múltiplos efeitos neuroprotetores:

  • Fortalecem a integridade da barreira hematoencefálica
  • Modulam a atividade microglial e a neuroinflamação
  • Regulam a produção de neurotransmissores como serotonina e GABA
  • Promovem a síntese de fatores neurotróficos, como BDNF (fator neurotrófico derivado do cérebro)
  • Estimulam a neurogênese no hipocampo adulto

O butirato, em particular, demonstra potentes propriedades neuroativas, incluindo efeitos como inibidor das histonas desacetilases (HDACs), modulando a expressão gênica neuronal. Estudos clínicos preliminares sugerem benefícios de suplementos de butirato em condições como autismo, depressão e doença de Alzheimer.

Estados de disbiose tipicamente resultam em produção reduzida destes metabólitos benéficos, enquanto favorecem a geração de compostos potencialmente nocivos como lipopolissacarídeos (LPS), amônia, p-cresol e indol, que podem comprometer a função neuronal quando em concentrações elevadas.

Microbiota e neurodesenvolvimento

O desenvolvimento cerebral e a colonização microbiana intestinal ocorrem em paralelo durante os primeiros anos de vida, estabelecendo uma relação simbiótica fundamental para a programação neurológica adequada. Evidências crescentes sugerem que alterações na aquisição e desenvolvimento da microbiota durante períodos críticos podem ter consequências duradouras para a função cerebral.

Estudos em modelos animais livres de germes (germ-free) revelam alterações significativas no desenvolvimento cerebral, incluindo:

  • Formação anormal de redes neuronais e conexões sinápticas
  • Alterações na mielinização e crescimento dendrítico
  • Desenvolvimento atípico da micróglia (células imunes residentes do cérebro)
  • Expressão aberrante de neurotransmissores e seus receptores
  • Comportamento social anormal e aumento de comportamentos semelhantes à ansiedade

Períodos particularmente sensíveis para esta interação incluem:

  1. Os primeiros 1000 dias (da concepção aos dois anos): fase de rápido desenvolvimento cerebral e estabelecimento inicial da microbiota, fortemente influenciada pelo tipo de parto, alimentação (amamentação vs. fórmula) e exposição a antibióticos.
  2. Desmame: transição de uma dieta láctea para alimentos sólidos, marcando uma reformulação significativa na composição microbiana intestinal.
  3. Puberdade e adolescência: período caracterizado por intensa poda sináptica e reorganização neural, coincidindo com mudanças na microbiota influenciadas por alterações hormonais e hábitos alimentares.
  4. Início do envelhecimento: momento em que ocorrem alterações degenerativas iniciais no cérebro, paralelamente a modificações na diversidade microbiana.

Intervenções que promovem o desenvolvimento saudável da microbiota nestes períodos críticos podem potencialmente programar trajetórias mais favoráveis de neurodesenvolvimento e reduzir o risco de transtornos neuropsiquiátricos.

Inflammaging e disbiose no envelhecimento cerebral

O termo “inflammaging”, cunhado pelo imunologista Claudio Franceschi, descreve o estado de inflamação crônica de baixo grau que caracteriza o envelhecimento e contribui para o declínio funcional associado à idade. Este fenômeno tem estreita relação com alterações na microbiota intestinal que tipicamente ocorrem na senescência.

O envelhecimento normalmente associa-se a modificações específicas na composição microbiana, incluindo:

  • Redução significativa na diversidade de espécies
  • Diminuição de bactérias benéficas, particularmente bifidobactérias
  • Aumento relativo de proteobactérias potencialmente pró-inflamatórias
  • Alteração na produção de metabólitos microbianos, com redução na síntese de AGCC

Estas alterações microbianas contribuem para o inflammaging através de múltiplos mecanismos:

  • Aceleração da neurodegeneração e redução da neurogênese
  • Aumento da permeabilidade intestinal, permitindo maior translocação de produtos microbianos pró-inflamatórios
  • Elevação persistente de citocinas inflamatórias como IL-6, TNF-α e interleucina-1β
  • Ativação crônica da micróglia, resultando em neuroinflamação
  • Comprometimento da integridade da barreira hematoencefálica

O inflammaging mediado pela disbiose está implicado em diversas condições neurodegenerativas associadas à idade, incluindo doença de Alzheimer, doença de Parkinson e declínio cognitivo leve. Estudos transversais demonstram correlações significativas entre padrões específicos de disbiose e biomarcadores de neurodegeneração.

Promissoramente, intervenções que visam restaurar a eubiose intestinal em idosos, como probióticos específicos, prebióticos e transplante de microbiota fecal, têm demonstrado potencial para atenuar marcadores de inflammaging e melhorar desfechos cognitivos em estudos preliminares.

Práticas para um eixo cérebro-intestino saudável

Com base nas evidências científicas atuais, várias estratégias podem ser implementadas para otimizar a função do eixo cérebro-intestino e promover tanto a saúde mental quanto intestinal:

Cuidados com alimentação

  • Adote uma dieta rica em fibras: consuma pelo menos 25-30g de fibras diárias provenientes de vegetais, frutas, leguminosas e grãos integrais. Estas fibras serão fermentadas pela microbiota intestinal, produzindo AGCC benéficos.
  • Inclua alimentos fermentados: iogurte natural, kefir, chucrute, kombucha e outros alimentos fermentados fornecem probióticos vivos que podem colonizar temporariamente o intestino e exercer efeitos positivos.
  • Incorpore polifenóis: alimentos ricos em polifenóis como frutas vermelhas, chá verde, cacau escuro e especiarias promovem o crescimento de bactérias benéficas.
  • Limite açúcares refinados e alimentos ultraprocessados: estes alimentos estão associados a perfis microbianos desfavoráveis e aumento da inflamação sistêmica.

Gerenciamento do estresse

  • Pratique técnicas de redução do estresse: meditação mindfulness, yoga e respiração profunda reduzem a ativação do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA) e melhoram a comunicação cérebro-intestino.
  • Priorize o sono de qualidade: o sono inadequado altera a composição da microbiota e aumenta a permeabilidade intestinal. Adultos devem visar 7-9 horas de sono reparador diariamente.

Atividade física

  • Exercite-se regularmente: a atividade física moderada diversifica a microbiota intestinal, aumenta a produção de AGCC e reduz a inflamação sistêmica.
  • Pratique exercícios ao ar livre: a exposição a ambientes naturais enriquece a microbiota intestinal através do contato com microrganismos ambientais benéficos.

Suplementação individualizada

  • Considere probióticos específicos: cepas com evidências de benefícios neuropsiquiátricos incluem Lactobacillus plantarum, Lactobacillus acidophilus, Bifidobacterium longum e Bifidobacterium breve.
  • Avalie o uso de prebióticos: frutooligossacarídeos (FOS), galactooligossacarídeos (GOS) e inulina estimulam seletivamente o crescimento de bactérias benéficas.
  • Suplementos de ômega-3: ácidos graxos ômega-3 de cadeia longa (EPA e DHA) reduzem a inflamação intestinal e promovem a integridade da barreira intestinal.

Conclusão

A compreensão do eixo cérebro-intestino representa um paradigma transformador na medicina moderna, destacando a interconexão fundamental entre sistemas corporais anteriormente considerados distintos. A disbiose intestinal emerge não apenas como consequência, mas como potencial causa ou fator agravante de diversas condições neuropsiquiátricas.

Esta perspectiva integrada convida-nos a reconsiderar nossa abordagem à saúde mental e neurológica, reconhecendo o intestino como um “segundo cérebro” cujo estado de equilíbrio ou desequilíbrio reverbera significativamente na função cerebral. Os avanços recentes neste campo oferecem não apenas novos insights sobre a fisiopatologia de condições como depressão, ansiedade, autismo e neurodegeneração, mas também novas avenidas terapêuticas centradas na normalização da microbiota intestinal.

À medida que as pesquisas neste campo continuam a avançar, podemos antecipar o desenvolvimento de intervenções cada vez mais precisas e personalizadas, direcionadas a perfis específicos de disbiose associados a diferentes manifestações neuropsiquiátricas. O futuro da neurogastroenterologia promete uma abordagem verdadeiramente holística que honra a complexidade e interconectividade dos sistemas biológicos humanos.

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