Nutricionista Adriana Lauffer

Os diferentes níveis de fome

Os diferentes níveis de fome

Caramba, sério que tem diferentes níveis de fome? Sim, sério. E saber identificar e diferenciar os níveis de fome é uma das chaves do sucesso para não comer demais ou de forma descontrolada.

Primeiramente, é importante saber diferenciar: 1) fome, 2) vontade verdadeira e 3) desejo de comer. No entanto, aqui nesse post estaremos falando apenas da fome física, certo?

Deseja consumir esse conteúdo em vídeo?

Diferentes níveis de fome:

Bem, a fome física é física. Ou seja, a gente sente um desconforto físico na região do estômago, através desse desconforto a fome se apresenta em vários níveis. Em uma escala de 0-10, a fome começa de leve e a nota seria de 1-2-3-4. Nesse cenário, a gente sente um vazio leve no estômago.

A fome leve já pode ser atendida; você não precisa esperar ficar com mais fome. O que vai atender a fome leve é um lanche.

Já a fome média, nota 5-6-7 na escala de 0-10, é fome para uma refeição. Normalmente ela está nesse nível na hora do café da manhã, almoço e jantar, a gente sente um vazio maior no estômago e ele pode estar roncando. Nesse nível de fome, você já pode fazer a refeição, não precisa esperar a fome ficar maior.

A fome intensa é a fome do morto de fome, do faminto. A nota para esse nível de fome seria 8-9-10 e poderemos estar sentindo “um buraco no estômago”, “o estômago grudado nas costas”, náusea, irritação, moleza, dor de cabeça, desconcentração.

A fome intensa e suas consequências

O comportamento esperado no nível de fome intenso é o descontrole: não conseguimos fazer boas escolhas, comemos rápido e bastante. Ou seja, tendemos a comer até “encher a barriga”, “abrir as calças”, e ficar estufado, empanturrado, empanzinado, como queira chamar. Nesse cenário fica difícil identificar a saciedade e parar de comer antes de acontecer um exagero.

Quando estamos mortos de fome não nos vai apetecer comer uma refeição leve ou dita saudável. É natural que desejemos comer preparos pesados, como bastante macarrão, carne, carne gordurosa, preparos fritos e gordurosos, fast foods. Salada nessa hora… não vai dar vontade de comer. E quando acabamos fazendo esse tipo de escolha e comendo sem controle, depois nos sentimos justamente descontrolados, culpados, arrependidos.

Não é agradável sentir-se assim. Portanto, é importante evitar que a fome chegue nesse ponto. Para isso, é importante você tentar entender por que você deixa a fome chegar nesse nível.

Você não sabe mais identificar os sinais do seu corpo? Ou não se autoriza a parar a atividade que está fazendo para se alimentar regularmente? Ou você não leva lanches?

Por esses e outros motivos que a organização da alimentação é importante, pois não adianta sentir fome e não ter o que comer.

Como identificar e diferenciar:

Certo, mas, eu ainda não falei como, afinal de contas, diferenciar esses níveis. Te digo que é prestando atenção em si mesmo. Não há outro jeito, é preciso prestar atenção nos sinais do seu corpo.

Para isso, você precisa estar com a sua mente presente no momento presente, o que é um dos pilares do mindfulness (atenção plena). Vale a pena você se informar sobre isso. É uma prática de meditação científica, e que tem sido muito usada na nutrição comportamental, também na sua forma adaptada ao comer, que é o mindful eating (comer com atenção plena). Outra abordagem que ajuda muito é o Comer Intuitivo.

Prestar atenção é si mesmo é um auto resgate, que pede um treino diário, com paciência, gentileza e compaixão. Prestar atenção em si mesmo são sinais de gentileza consigo mesmo e auto cuidado, valores desenvolvidos aos poucos.

Nutrição comportamental e melhora da relação com a comida: a “melhor dieta” para emagrecer.